terça-feira, 4 de setembro de 2012

Classe média sofre mais por defasagem no IR

Maior impacto ocorre para quem ganha entre R$ 1,7 mil e R$ 4,1 mil. Com correção, contribuinte pagaria até 44% menos em impostos.
 
A classe média é a que mais sofre com a defasagem da tabela do IR (Imposto de Renda), que alcança 34,17% entre 1998 e 2011, segundo a Ernst & Young Terco. Isso acontece porque não ocorreu correção de acordo com a inflação do período.

Pelos cálculos da consultoria, um contribuinte que tinha como base de cálculo mensal para IR, em 1998, R$ 1.801, era tributado à alíquota de 27,5%. Com isso, pagava, mensalmente, R$ 135,28 de imposto. Com os valores atualizados até 2011, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), esse mesmo trabalhador ganharia R$ 4.465,01 e pagaria de IR, por mês, R$ 471,35.

Se os valores da tabela tivessem sido corrigidos de acordo com a inflação do período, ele pagaria 44% a menos de imposto em 2012, já que incidiria a alíquota de 22,5%: R$ 263,81.

De acordo com a consultoria, percentualmente, o maior impacto da defasagem ocorre para quem recebe entre R$ 1,7 mil e R$ 4,1 mil. “Quem ganhava R$ 40 mil, por exemplo, em 1998, teria menos de 1% de redução de imposto”, diz Carlos Martins, sócio da área de Human Capital da Ernst & Young Terco.